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21.4.23
As Cartas Ridículas do senhor Fernando e os Suspiros Líricos da menina Ofélia
No passado dia 19, as turmas 12.º A, D, E, G, H e I visionaram a peça de teatro acima mencionada representada pela Companhia de Teatro do Algarve _ACTA.
"Mas que fazer começa uma das cartas de Fernando Pessoa a Ofélia Queiroz. Na correspondência entre ambos há quem julgue vislumbrar um lado desconhecido do poeta – um relance de uma suposta “verdade”. As cartas ridículas do Sr. Fernando e os suspiros líricos da menina Ofélia assenta precisamente na suposição inversa. À dramatização da célebre correspondência, acrescenta-se a de outros textos, de Pessoa e do encenador. A dramatização decorre de uma leitura das cartas como se de uma troca assimétrica se tratasse: Pessoa sabe o que está a fazer, e vive os diálogos com Ofélia sobretudo como uma experiência que serve a sua produção poética, ao passo que Ofélia encara o romance irreflectidamente, como se um desígnio do destino se tratasse. Nela, a existência cumpre-se com um sentido de devir trágico; nele, dá-se um incidente que confere uma inesperada densidade ao ramerrame da sua vida rotineira comezinha.
Portanto, o enredo, a manipulação, a “encenação”, são dele; ela cumpre o que ele determina que se cumpra. Nela é visível a transformação de uma psicologia num comportamento, alheia aos ditames de um destino trágico (simbólico) que se cumpre da primeira à última carta dela. As cartas dele correspondem aos desígnios distintivos de um deus ex machina em acção. Este mesmo, determina que a acção decorra entre o elemento Água e o elemento Fogo.
A encenação não deixa de considerar o tratamento assertivo, um variado conjunto de sinais que visam a mais directa inteligibilidade do espectáculo por forma a proporcionar ao público estudante instrumentos que promovam a satisfação do seu interesse e da sua curiosidade – é, portanto, um espectáculo que além de objectivos artísticos visa também objectivos pedagógicos."
No final da peça, houve um pequeno debate entre o público e o encenador.
Os alunos vieram mais "ricos" com Fernando Pessoa
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